sexta-feira, 21 de junho de 2013

Jornal Mural Informando a Galera: 2ª edição

Bárbara inaugurando o Jornal Mural deste bimestre
O Jornal Mural Informando a Galera deste bimestre finalmente saiu! A demora deveu-se à falta de tinta na impressora da escola, mas conseguimos contornar o atraso e entregar os resultados ainda em junho.  Pedimos, aos nossos leitores, sinceras desculpas por essa falha técnica.

Para a inauguração, a equipe do Informando a Galera pensou em algo diferente, afinal, divulgamos o resultado do I Concurso de Poesia promovido pelo jornal. Para tanto, o aluno Veridiano Reis recitou o poema da aluna vencedora do concurso (Larissa Brown Jr. – Manutenção Automotiva 2ª série) e houve divulgação do TOP 10 das músicas preferidas de nossos alunos.

Agradecemos aos alunos, professores  e funcionários por terem prestigiado o evento e esperamos que todos tenham uma boa leitura!


Confira as fotos do evento:

Animação na plateia

Veridiano Reis recitando o poema de Larissa Brown Jr.

Larissa Brown Jr - vencedora do I Concurso de Poesia


Equipe do Jornal Mural Informando a Galera

Boa leitura a todos!
Moniq e Veridiano curtindo o Top 10

terça-feira, 18 de junho de 2013

Correção do Provão 2º bimestre



QUESTÃO 01

Fernando Pessoa é o principal escritor do Modernismo português e, ao lado de Camões, um dos maiores poetas portugueses de todos os tempos. A seguir, leia o poema “Autopsicografia”:

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

(Obra poética, cit., p. 164-5)

O poema apresenta como tema a criação artística, desenvolvendo-o em

a) três níveis: na primeira estrofe, o poema trata do poeta e da criação literária; na segunda estrofe é apresentada a relação entre leitor e texto literário; a última estrofe aborda o jogo entre razão e emoção.
b) dois níveis: na primeira parte do poema, há uma apresentação geral do envolvimento amoroso entre poeta e leitor; na segunda parte, o jogo entre razão e emoção é identificado como sendo sentimentos do leitor.
c) três níveis: na primeira estrofe, o eu lírico se apresenta como enganador de seu público-leitor; na segunda estrofe é demonstrada a relação incompatível entre leitor e obra literária; na última estrofe, percebemos o desinteresse pela vida.
d) três níveis: na primeira e segunda estrofes, o poema aborda a crise existencial do eu lírico, que o leva a mentir para as pessoas sobre quem ele realmente é; a última estrofe é um pedido de desculpas, pois o eu lírico sente necessidade de usar somente a razão.
e) dois níveis: na primeira estrofe há uma exposição de como os poetas, em geral, se sentem ao escrever; nas duas últimas estrofes, fica clara a ideia de que o sentimento transmitido no poema é igual ao sentimento do poeta.





QUESTÃO 02

Fernando Pessoa não foi apenas criador de obras literárias, mas também um criador de escritores. Em outras palavras, o seu projeto de arte era tão vasto e sua inteligência, imaginação e capacidade criadora tão amplas, que não lhe bastava criar uma única obra, mesmo que contivesse vários volumes e títulos.

MAGALHÃES, Thereza Cochar; CEREJA, William Roberto. Português Linguagens. Ed. Saraiva

Leia, a seguir, a parte IX de “O guardador de rebanhos”, de Alberto Caeiro:

Sou um guardador de rebanhos,
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.

(Obra poética, cit., p. 212-3)

Sobre o poema lido, analise as proposições a seguir e assinale o item correto:

I – O eu lírico do texto é um “guardador de rebanhos”, mas, na verdade, o que ele arrebanha são sensações.
II – O verso “Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la” ilustra a atitude de substituir a sensação pela razão.
III – Para o eu lírico, a verdade está relacionada ao conhecimento extraído do contato direto com as coisas.

a) I e II são verdadeiras.    b) I e III são verdadeiras.
c) II e III são verdadeiras.  d) I e II são falsas.
e) I e III são falsas.

QUESTÃO 03

O heterônimo Ricardo Reis representa a faceta clássica da obra de Fernando Pessoa. Leia, a seguir, trecho de um poema de Ricardo Reis:

Só o ter flores pela vista fora
Nas áleas largas dos jardins exatos
        Basta para podermos
        Achar a vida leve.

De todo o esforço seguremos quedas
As mãos, brincando, pra que nos não tome
        Do pulso, e nos arraste.
        E vivamos assim,

Buscando o mínimo de dor ou gozo,
Bebendo a goles os instantes frescos,
        Translúcidos como água
        Em taças detalhadas,

Da vida pálida levando apenas
As rosas breves, os sorrisos vagos,
        E as rápidas carícias
        Dos instantes volúveis.

Pouco tão pouco pesará nos braços
Com que, exilados das supernas luzes,
        Escolhermos do que fomos
        O melhor pra lembrar

(Obra poética, cit., p. 257-8)

O eu lírico apresenta uma visão de como deve ser o relacionamento com a pessoa amada. Para ele,

a) o relacionamento amoroso consiste em oferecer presentes, como flores: “só o ter flores pela vista fora”.
b) de acordo com o verso “Buscando o mínimo de dor ou gozo”, não deve haver envolvimento profundo com a pessoa amada.
c) a pessoa amada é apresentada como essencial para a vida do eu lírico, pois o verso “De todo o esforço seguremos quedas” mostra a preocupação com o amor.
d) as lembranças da pessoa amada devem iluminar constantemente o pensamento do poeta, já que isso fica claro no verso “Com que, exilados das supernas luzes”.
e) como fica claro no verso “As mãos, brincando, pra que nos não tome”, o eu lírico enfatiza a necessidade de ser intenso a cada momento do relacionamento amoroso.

QUESTÃO 04

Álvaro de Campos é um dos três heterônimos mais famosos. É o mais afinado com a tendência Modernista. Leia a seguir um trecho do Manifesto Futurista, de Filippo Marinetti, e um poema de Álvaro de Campos, a fim de fazer analogia entre eles:

Texto I

4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que correr sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.
5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também numa corrida sobre o circuito da sua órbita.
6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e munificiência, para aumentar o entusiástico fervor dos elementos primordiais.

Disponível em < http://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_Futurista>. Acesso em 15 de maio 2013.

Texto II

Eia comboios, eia pontes, eia hotéis à hora do jantar,
Eia aparelhos de todas as espécies, férreos, brutos, mínimos,
Instrumentos de precisão, aparelhos de triturar, de cavar,
Engenhos brocas, máquinas rotativas!

Eia! eia! eia!
Eia eletricidade, nervos doentes da Matéria!
Eia telegrafia-sem-fios, simpatia metálica do Inconsciente!
Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez!
Eia todo o passado dentro do presente!
Eia todo o futuro já dentro de nós! eia!
Eia! eia! eia! 

(Obra poética, cit.)

Analise as seguintes proposições:

I – Álvaro de Campos apresenta uma exaltação à força e ao exagero.
II – Procurando transmitir um espírito de mundo semelhante ao proposto por Marinetti, Álvaro de Campos valoriza um mundo de máquinas, multidões e velocidade.
III – Os gritos e exclamações presentes no poema de Álvaro de Campos podem representar um sentimento de revolta do eu lírico. 

a) I e III são falsas.
b) II e III são falsas.
c) Apenas III é verdadeira.
d) Apenas I e II são verdadeiras.
e) Todas as afirmações são verdadeiras.

QUESTÃO 05

Compare um trecho do poema “Tabacaria”, de Álvaro de Campos, com uma parte da canção “Máscara”, da cantora Pitty.

Texto I

Diga, quem você é, me diga
Me fale sobre a sua estrada
Me conte sobre a sua vida
Tira a máscara que cobre o seu rosto
Se mostre e eu descubro se eu gosto
Do seu verdadeiro jeito de ser…

Disponível em < http://letras.mus.br/pitty/80314/>. Acesso em 15 de maio 2013

Texto II

Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

(Obra poética, p. 363-6)

Os dois textos fazem uso da palavra “máscara”

a) ironicamente, insinuando que estamos presos a personalidades falsas.
b) objetivamente, apresentando uma visão racional da condição humana.
c) metaforicamente, relacionando-a à construção da identidade das pessoas.
d) literalmente, transmitindo a ideia de que usamos máscaras reais para atuar.
e) sensivelmente, a partir do momento em que relaciona a palavra ao medo de falar da vida.

QUESTÃO 06

Leia o trecho de Vidas Secas, de Graciliano Ramos:

Agora Fabiano era vaqueiro, e ninguém o tiraria dali. Aparecera como um bicho, entocara-se como um bicho, mas criara raízes, estava plantado. Olhou os quipás, os mandacarus e os xique-xiques. Era mais forte que tudo isso, era como as catingueiras e as baraúnas. Ele, sinhá Vitória, os dois filhos e a cachorra Baleia estavam agarrados à terra.
(...) Entristeceu.
Considerar-se plantado em terra alheia! Engano. A sina dele era correr mundo, andar para cima e para baixo, à toa, como judeu errante. Um vagabundo empurrado pela seca.

Disponível em < http://lingua-agem.blogspot.com.br/2011/02/vidas-secas-questoes-de-vestibulares.html>. Acesso em 15 de maio 2013.

Sobre o texto lido, podemos dizer que

a) A expressão “estava plantado”, do primeiro parágrafo, traduz a satisfação do vaqueiro, que revela perceber o quanto é dependente da natureza e de uma terra que não é sua.
b) A expressão “entocara-se como bicho” refere-se ao modo pelo qual Fabiano se apropriara da fazenda desabitada, fazendo alarde, na tentativa de ser reconhecido por todos.
c) Entre os dois parágrafos transcritos, Fabiano não muda de sentimento: inicialmente, revela-se ingênuo por acreditar que dominava seu futuro, e, em seguida, confirma sua euforia.
d) Nos dois parágrafos ocorre o emprego do discurso direto, pelo qual as falas dos personagens aparecem de modo explícito.
e) Fabiano identifica melhoria na vida da família depois que se instalou na fazenda, mas a linguagem que emprega reduz sua humanidade, comparando-se a bichos e plantas.

QUESTÃO 07

Compare os textos a seguir:

Texto I

http://paduacampos.com.br/2012/wp-content/uploads/2013/04/CHARGE11.jpg
Disponível em < http://paduacampos.com.br/2012/wp-content/uploads/2013/04/CHARGE11.jpg>. Acesso em 15 de maio 2013


Texto II

Empresas autorizadas a reconstituir leite em pó
Jornal O Povo de 15 de maio de 2013

Caso a seca que hoje atinge o Ceará se agrave nos próximos meses, as empresas produtoras de leite poderão utilizar até 35% de sua capacidade produtiva para a fabricação de leite longa vida (UHT) e pasteurizado a partir de leite em pó. A medida foi autorizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no dia 23 de abril. E permite que os estados do Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Sergipe e Bahia produzam leite a partir da reconstituição do leite em pó pelo período de três anos.
Dessa forma, o Governo pretende auxiliar esses estados a recuperar os índices produtivos anteriores à seca deste ano, que resultou na morte de animais e na redução da produção leiteira. Até o momento não há registro que empresas locais tenham lançado mão desse artifício, segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Lacticínios e Produtos derivados no Estado do Ceará (Sindilaticínios), Henrique Girão. Mas ele não descarta que essa hipótese se concretize ainda no segundo semestre caso a seca se prolongue.

Jornal O Povo de 15 de maio de 2013. Disponível em <http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2013/05/15/noticiasjornaleconomia,3056356/empresas-autorizadas-a-reconstituir-leite-em-po.shtml>. Acesso em 15 de maio 2013

Texto III

Na Geração de 30, destacam-se muitos autores preocupados com a seca e com os problemas sociais e políticos do Nordeste, como Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Graciliano Ramos e Jorge Amado. Leia, a seguir, trecho de O Quinze, de Rachel de Queiroz:

Dentro da sua perturbação, Chico Bento compreendeu apenas que lhe tomavam aquela carne em que seus olhos famintos já se regalavam, da qual suas mãos febris já tinham sentido o calor confortante.
E lhe veio agudamente à lembrança Cordulina exânime na pedra da estrada... o Duquinha tão morto que
já nem chorava...
Caindo quase de joelhos, com os olhos vermelhos cheios de lágrimas que lhe corriam pela face áspera, suplicou, de mãos juntas:
- Meu senhor, pelo amor de Deus! Me deixe um pedaço de carne, um taquinho ao menos, que dê um caldo para a mulher mais os meninos! Foi pra eles que eu matei! já caíram com a fome!...
- Não dou nada! Ladrão! Sem-vergonha! Cabra sem-vergonha!
A energia abatida do vaqueiro não se estimulou nem mesmo diante daquela palavra.
Antes se abateu mais, e ele ficou na mesma atitude de súplica.
E o homem disse afinal, num gesto brusco, arrancando as tripas da criação e atirando-as para o vaqueiro:
- Tome! Só se for isto! A um diabo que faz uma desgraça como você fez, dar-se tripas é até demais!...
A faca brilhava no chão, ainda ensanguentada, e atraiu os olhos de Chico Bento.
Veio-lhe um ímpeto de brandi-la e ir disputar a presa, mas foi ímpeto confuso e rápido. Ao gesto de estender a mão, faltou-lhe o ânimo.
O homem, sem se importar com o sangue, pusera no ombro o animal sumariamente envolvido no couro e marchava para a casa cujo telhado vermelhava, lá além.
Pedro, sem perder tempo, apanhou o fato que ficara no chão e correu para a mãe.
Chico Bento ainda esteve uns momentos na mesma postura, ajoelhado.
E antes de se erguer, chupou os dedos sujos de sangue, que lhe deixaram na boca um gosto amargo de vida.

Rio de Janeiro: J. Olympio, s.d. p. 72-5

Fazendo relação entre os três textos, podemos concluir que

a) Os textos I e III são complementares, visto revelarem preocupação social relacionada ao tema da seca, porém, o primeiro se utiliza de ironia para compor sua crítica e o segundo prefere linguagem denotativa, próxima à realidade do público leitor.
b) O trecho “o Governo pretende auxiliar esses estados a recuperar os índices produtivos”, presente no texto II, confirma a preocupação das estruturas políticas em relação à melhoria das regiões que sofrem com a seca, relacionando-se, assim, à crítica apresentada no texto I.
c) No texto III, o trecho “deixaram na boca um gosto amargo de vida” refere-se ao fato de os personagens se recusarem a aceitar “as tripas da criação” dadas pelo homem, fazendo ligação, assim, com a necessidade do homem sertanejo de alimentar-se apenas de vacas, como mostrado no texto I.
d) Ao destacar a preocupação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) quanto aos problemas da falta de água no Ceará, o texto II reforça a ideia apresentada no texto III, de que os sertanejos são desocupados e demonstram pouco interesse em buscar melhorias de vida.
e) Ao utilizar linguagem coloquial, o texto II aproxima os leitores da ideia de que as autoridades têm agido com urgência a fim de sanar parte das dificuldades advindas com a falta de chuvas no Ceará; igualmente, o texto III descreve, através de linguagem predominantemente culta, as dificuldades enfrentadas por uma família de retirantes.

QUESTÃO 08

O texto III, da questão anterior, servirá de base para a análise das proposições a seguir sobre o romance O Quinze:

I. O título da obra, em que está inserido o texto III da questão anterior, refere-se à seca de 1915, vivida pela autora em sua infância;
II. O tema desse romance é a seca, enfocando a dimensão social, sem deixar de lado a análise psicológica de algumas personagens;
III. A marcha penosa e trágica de Chico Bento, que representa o retirante, constitui o núcleo dramático da obra;
IV. Apesar de ser um romance social, de denúncia, é interessante notar que o problema da reforma agrária constitui-se foco principal da narrativa.

a) As proposições I e II são verdadeiras.
b) As proposições I e IV são verdadeiras.
c) As proposições III e IV são verdadeiras.
d) As proposições I, II e III são verdadeiras.
e) As proposições II, III e IV são verdadeiras.

 QUESTÃO 09

Leia os trechos, a seguir, retirados da obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos:

Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos, alguem tivesse percebido a frase imprudente. Corrigiu-a, murmurando:
- Você é um bicho, Fabiano.
Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, um bicho, capaz de vencer dificuldades.
Chegara naquela situação medonha - e ali estava, forte, ate gordo, fumando o seu cigarro de palha.
- Um bicho, Fabiano.
[...]
Chape-chape. As alpercatas batiam no chão rachado. O corpo do vaqueiro derreava-se, as pernas faziam dois arcos, os braços moviam-se desengonçados. Parecia um macaco.

A fala do personagem Fabiano, bem como o comentário do narrador em “Parecia um macaco”, revelam

a) a falta de sentimentos de Fabiano, personagem que busca desesperadamente livrar-se do amor que sente pela família.
b) influência da estética Naturalista, que utilizou excessivamente o zoomorfismo, caracterizando o ser humano como animal, movido pelo instinto.
c) o desejo do narrador em fazer críticas severas ao personagem, buscando, na comparação de Fabiano a animais, mostrar as dificuldades deste.
d) a consciência de Fabiano quanto à origem do homem, afinal, para o personagem, todos não passam de animais que agem através de instinto.
e) a busca por uma identidade natural, pois o personagem percebe que há mais qualidades em ser animal que em ser humano.

QUESTÃO 10

Analise a concordância do verbo “querer” na charge a seguir:

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf4qsJv2dxSaa8LeVEfuD4EFo1aUeOfkloQztPtuCfqaswMLsVT54plNOc-724EO7flllf-2AbldBOQTWAykFZC8vlmuBv0RPV1VG-XCtus9PbjgZRM9QJ00w1HO9TSpkq_6dBVL-5OO8/?imgmax=800
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf4qsJv2dxSaa8LeVEfuD4EFo1aUeOfkloQztPtuCfqaswMLsVT54plNOc-724EO7flllf-2AbldBOQTWAykFZC8vlmuBv0RPV1VG-XCtus9PbjgZRM9QJ00w1HO9TSpkq_6dBVL-5OO8/?imgmax=800

a) Ao utilizar a expressão “a maioria dos”, o personagem transmite a ideia de que todos os leitores não se interessam em política, assim, o verbo deveria estar no plural.
b) O verbo aparece na forma “quer”, pois faz concordância com a expressão “em vários escândalos”, o que leva a crer que o povo é alienado.
c) A concordância do verbo poderia ter sido relacionada à expressão “meus leitores”, tornando-se “querem”, sem fugir, assim, da variedade padrão.
d) “Tchu e tcha” é uma expressão que indica dois desejos dos eleitores brasileiros e, por estarem no plural, obrigam o verbo, segundo a variedade padrão, a ficar na forma “querem”.
e) O verbo precisa estar no singular, pois sua concordância se faz com a expressão “colega parlamentar”, indicando que este prefere “tchu e tcha” a melhores condições de vida para o povo. 

GABARITO:  1. A 2. B 3. B 4. E 5. C 6. E 7. A 8. D 9. B10. C